domingo, 23 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Vitória, Vitória, de Clara Pinto Correia, por Liliana Monteiro





Vitória era um professora de Física, pequenina e velhinha, que não era muito querida pelos seus alunos. Os alunos dela estão numa fase muito especial: estão mais preocupados em namorar, estar fora da sala de aula, do que em aprender com a professora Vitória. Todo o texto é um conselho, pois citando a narradora ”Se puderem, não façam como eu. Não sejam maus para a doutora Vitória, porque depois nunca terão tempo para irem à procura dela e lhe pedirem desculpa”.


Recomendo este livro a todos os alunos que às vezes se esquecem da importância das aulas.


Autora: Clara Pinto Correia nasceu em Lisboa, em 1960. Licenciada em Biologia pela Universidade de Lisboa, doutorou-se pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, prosseguindo uma carreira universitária e de investigação no domínio da Embriologia no Instituto Gulbenkian de Ciência e nos E.U.A.

Perigo Vegetal, de Rámon Caride, por Liliana Monteiro


Esta história é uma mensagem ao e para o futuro. Tudo começa quando Sheila decide escrever aos "jovens do passado". A Sheila, que vive no ano de 2075, conta com a ajuda de seu irmão Said e a história é-nos, então, relatada a duas "mãos".
Este livro de aventuras trata de um problema muito actual: os alimentos trangénicos que podem pôr em causa o equilíbrio ambiental. Os alimentos transgénicos são alimentos cuja semente foi modificada em laboratório. Essa semente é modificada para que as plantas possam resistir às pragas de insectos e a grandes quantidades de pesticida.
Recomendo este livro a todas as pessoas que gostem de aventuras.
Autor: Ramón Caride Licenciado em Biologia. Professor do Ensino Secundário em Cambados.
Para o público infantil é criador da série formada, até ao momento, pelas novelas Perigo vegetal (1995), Prémio Merlín 1995; Ameaza na Antártida (1997) e O futuro roubado (1999), reunidas no volume As aventuras de Said e Sheila (2001).

Ilustrador: Miguelanxo Prado , Corunha, 1958, descobriu o mundo da banda desenhada quando aluno da Escola de Arquitectura, instalando-se depois em Barcelona, onde publica as suas primeiras histórias.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Reportagem

Susana Pereira


Hoje a escritora Susana Pereira esteve com o 8ºF e, simpaticamente, respondeu a todas as perguntas (mesmo às mais impertinentes!).
Em breve, a reportagem completa. Para já fica a fotografia da sessão de autógrafos.
Posted by Picasa

"O Preconceito Precisa de um Espelho"


O cartoon representa o preconceito : dois homens com cauda ridicularizaram e humilharam outro que tem as orelhas invulgarmente grandes. A intenção do cartoonista é denunciar atitudes mesquinha sque nos levam a apontar os defeitos dos outros, mas não nos permitem ver correctamente as nossas fraquezas. Trata-se de uma metáfora que relaciona o preconceito com a incapacidade do ser humano de reconhecer os seus próprios defeitos. O cartoon mostra ainda que o feio e o bonito é relativo e discutível.
Em O Aquário, o peixinho vermelho é também ele, pela mesma razão vítima de preconceito. Em ambos os casos, pretende mostrar-se que o exterior não é o mais relevante.
(este cartoon de Rodrigo de Matos)

domingo, 2 de dezembro de 2007

Perigo Vegetal por Sandra Cabral


Trata-se da história de dois irmãos: o Said e a Sheila que vivem junto a um grande rio, na Galiza. Uma grande companhia transnacionmal tenta tirar tornar as sementes de cereias como uma forma mortífera para dominara agricultura do planeta. O poder está nas mãos das crianças. E não posso contar mais!
Perigo Vegetal, de Rámon Caride, Deriva Ed.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma chuvada na Careca, de Alexandre Honrado, por Bruna Martins


Trata-se de uma história sobre a adolescência. Os amigos são simpáticos, a escola tanbém, a família, àn excepção do pai, é bastante boa. Pena é que o pai fosse tão violento com ela.
Aconselho este livro, pois aprende-se muito com esta história.

Uma Chuvada na Careca de Alexandre Honrado

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Aquário, de João Pedro Mésseder


O Aquário

Hoje ouvimos ler O Aquário. A princípio, achamos estranho, dado que é uma obra proposta para o terceiro ano de escolaridade, mas rapidamente percebemos que um livro pode ter mais do que uma leitura e que os alunos do ensino pré-escolar farão uma leitura mais literal do que nós. As nossas “competências de leitura” já nos permitem ir mais longe e ler outras camadas do texto. Cada leitor associa a sua “leitura” às suas próprias vivências e a outras leituras, por isso é natural que nós, como já lemos mais, associemos este texto a mais coisas.

Num primeiro momento, detivemo-nos sobre o humor “escondido” no texto e no paratexto de O Aquário. No texto, destacamos “a sua voz sumida de peixe”. Esta expressão é muito engraçada, pois apesar de desde o início da história estarmos cientes de que estamos em presença de uma fábula, não deixa de ser curioso tentar imaginar a voz de um peixe.
Nas ilustrações, o cómico é-nos sugerido pelos braços, garfos que os peixes usam, bem como pelos óculos do peixe negro. Trata-se de uma antropomorfização ( os animais adquirem aspectos humanos).
Também constatamos que a ilustração, apesar de agradar aos mais novos, tem características que lhe permitem agradar a várias faixas etárias.

Depois disto avançamos para outro tipo de leitura. Estivemos a analisar as relações que se estabelecem entre o peixinho vermelho e os outros peixes e percebemos que o aquário não é mais do que uma metáfora.
Quanto ao peixinho vermelho procuramos substituir a característica mais visível dele (a cor), por outra característica que o distinguisse aos olhos dos outros (imaginamos um “peixinho” cigano, homossexual, Jeová, negro, portador de deficiência motora, gótico, punk, hippie ). Sobre esta nossa experiência teremos novidades em breve…

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Etiqueta de Joana Lucas












Lavagem à mão (temperatura máxima de 30º)
A Joana é uma pessoa sensível por isso não se pode passar a ferro.
Em caso algum se deve colocar na máquina.
Para secar, deve ser exposta ao Sol.
Atenção à exposição solar. Em determinados períodos do dia deve colocar-se protector solar.

Etiqueta da Carla por Andreia Patrícia


Matéria de espécie humana que se deve tratar com muito carinho. Deve ser lavado a uma temperatura morna e colocá-la a secar ao sol. Na lavagem não se deve usar lixívia. Depois deste processo de limpeza estar concluído, deve ser alimentada de acordo com a roda dos alimentos. Para funcionar na perfeição deve dar muitos beijinhos. Não carregar no botão "play" pois, apesar de ser carinhosa, pode ser prejudicial aos ouvidos. Os botões de controlo estão situados na orelha.

Etiquetas, Carla Sofia Machado



Lavar à mão, com água morna.


Não secar na máquina.

Não passar a ferro.


Não branquear com lixívia.
Usar gel de banho, de preferência  Nivea.Não limpar a seco.
Cuidado a vestir.
Pentear sempre os cabelos.

Modo de Usar, Liliana


Modo de usar:
Ao adquirir este elemento humano, tornar-se-á proprietário de um modelo com características únicas, que deve ser tratada com a máxima delicadeza possível. Este modelo é impermeável, mas não deve ser lavado à máquina. Use água morna nas lavagens normais e em caso de nódoas ou sujidade esfregar com sabão azul. Em caso algum passe a ferro, pois o risco de queimaduras é elevado. Os elementos pilosos que estão a decorar a cabeça devem ser lavados com produto próprio. Evitar a lixívia. Pode usar-se o secador. O cabelo deve ser escovado com regularidade. Liga-se com um bom pequeno-almoço. Desliga-se às 22:00 horas.

Manutenção:
Alimenta-se de acordo com a pirâmide dos alimentos. O uso de produtos tóxicos provura cáries, obesidade e gases. Depois de ingerir alimentos deve esfregar bem os dentes com uma escova própria. Não introduzir muitos alimentos gordurosos no elemento humano. Tratar com carinho.

domingo, 4 de novembro de 2007

Estamos a ler...



Parabéns, Caloira, de Anabela Mimoso
Crime no Expresso do tempo ,de Luísa Ducla Soares
O livro que falava com o vento e outros contos, de J. Jorge letria
O 13º Andar, uma história de fantasmas, de Sid Fleileichman
Operação Marmelada, de Manuela Ribeiro
Uma questão de cor ,de Ana Saldanha
Vitória, Vitória, de Clara Pinto Correia
O rapaz e o robô ,de Luísa Ducla Soares
O senhor Valéry, de Gonçalo M. Tavares
Perigo Vegetal, de Ramón Caride
Entre irmãs, Maria Teresa Gonzalez
Um cheirinho a canela, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Brasil, Brasil, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Uma chuvada na careca, de Alexandre Honrado
O Diário de Anne Frank, de Anne Frank
Os sete cães roubados, de Enyd Blyton
A minha vida não é nada disto, de Alexandre Honrado

sábado, 3 de novembro de 2007

«Inoque será você!»

(Martírio via intruso)

Estivemos a ler A PALAVRA MÁGICA de Vergílio Ferreira.


«Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono de umas leiras herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar bem depressa o dinheiro das rendas. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de justiça — mesmo da velha —, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. Pregavam-lhe que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada, livros ou cadernos ao filho, que andava na instrução primária. As moedas rolavam-lhe para dentro da algibeira e com o mesmo impulso fatal rolavam para fora, deixando-lhe, no sítio, a paz.
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da loja. Fora o caso que ao falar-lhe, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou cair que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma alguma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, abertamente, com a mesma fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia, o Ramos, ferido de espora, atacou de cabeça baixa:
— Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
— Homem! — clama o Silvestre, de mão pacífica no ar. — Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
— E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada. Não tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça. Assim, também eu.
— Faço o que posso — desabafou o outro.
— E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre diabo, Silvestre. Quem é parvo é quem o ouve. Você é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros. Quem é você, Silvestre amigo? Um inócuo, no fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra “inócuo”, estranha ao seu ouvido montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem por parvo, disse:
— «inoque» será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de inócuo. Topara por acaso a palavra, num diálogo aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferros, cravada de puas. Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda quente da refrega, a comunicá-lo à freguesia:
— Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna de um homem é fraca. Que era um paz-de-alma. E um «inoque». »
(para continuar a ler A PALAVRA MÁGICA clica aqui)

sábado, 27 de outubro de 2007

Prémio para Gonçalo M. Tavares



A sempre atenta Joana Lucas chamou-nos à atenção para o facto de Gonçalo M. Tavares, autor que nos tem acompanhado nas nossas aulas, ter recebido o Prémio Portugal Telecom de Literatura com o livro Jerusalém editado em Portugal em 2004.



"Antes de tudo sou leitor. E tento ser um leitor atento. Não consigo conceber um escritor que não leia, leia, leia muito", afirmou o Gonçalo M. Tavares que, anteontem, no Brasil, foi galardoado com o Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa 2007, com o romance "Jerusalém". A obra, escrita quando o autor tinha 33 anos, já havia sido premiada em Portugal quando, em 2004, recebeu o Prémio Literário Ler /Millenium bcp e, em 2005 ,o Prémio José Saramago. in Jornal de Notícias

sábado, 20 de outubro de 2007

A carta de Reclamação



TATE GALLERY


O museu fecharia às cinco horas,
o que mais tinha de verdadeiro.
Não concordou com o colega.
No seu caso, as imagens enviavam-no
para as diferentes etapas da sua vida.
Recuperava, com as cores e as formas,
alguns momentos que julgara ter apagado
da memória. Transitavam de sala
em sala e não sabia explicar-lhe o poder
desses fragmentos de visível. As palavras,
tal como as imagens, eram a penas ocioso
pretexto, pois ele permanecia ainda atrás
de cada artista, dirigindo a execução da obra.
A visita teria mesmo de ser rápida.
Cinco em ponto Londres, uma semana
de Janeiro com um sol de tela, para quê
perder tempo em museus? No exterior
o verde das árvores contrastava
com o verde das árvores.


in Apócrifo de José Ricardo Nunes



Com base no texto poético, tomámos a liberdade de fazer uma carta de reclamação em nome do poeta...


Exºmo Director da Tate Gallery


Eu, JR Nunes, venho por este meio expor o meu desagrado face ao sucedido no passado dia 23 de Janeiro, na Galeria pela qual v/Exª é responsável. Acontece que quando me dirigi à bilheteira, não fui informado de que a exposição encerraria às dezassete horas. Quando o soube já era tarde de mais, pois já tinha feito a compra. Uma vez que já não me encontro em Londres, peço que me devolvam a quantia que dispendi, pois não usufruí da exposição devidamente. Como prova, envio cópia do bilhete.

Atentamente,

JR Nunes

"O novo rosto de Isabelle", revista VISÃO

"O novo rosto de Isabelle
permite-lhe tudo
menos dar um beijo"
Noelle Chateller por Emília Caetano

Em Novembro de 2005 a fran­cesa Isabelle Dinoire tornava-se a primeira pessoa a receber um transplan­te da face, depois de mordida por um cão. Três meses mais tarde o mundo via-a - o rosto ainda inchado, as cicatrizes evidentes, o lábio inferior descaído. Agora, Noelle Chatelet, ex-pro­fessora de Comunicação na Sorbonne, irmã do ex-primeiro-ministro DanielJospin (PS) e autora de obras sobre o corpo, lança um livro sobre essa aventura, Le Baiser d'Isabelle (O beijo de Isabel).

Até que ponto lsabelle Dinoire acei­ta hoje o novo rosto?
Aceita-o perfeitamente. Viveu seis meses sem rosto, sem poder falar ou comer, com um buraco em vez de boca. Hoje há uma parte da cara que lhe é estranha, mas que integrou no seu seu imaginário,no seu psiquismo. Tem um reconhecimento infinito pela dadora e pela família . Sente uma imensa ternura por essa parte do rosto que não lhe pertence. É muito lúcida sobre essa ideia de partilha Sabe que é dupla, mas vive isso serenamente.

E como está ela?
Perfeitamente. Houve pequenas rejeições do transplante, mas sempre controladas.
Toma uma medicação muito forte, o que a fatiga, mas o rosto está magnífico, apesar de as cicatrizes não terem desaparecido completamente.

A dadora tinha-se suicidado. Que relação de­senvolveu lsabelle com ela, uma vez que tam­bém tomara barbitúricos?
A certa altura ela nem queria que lhe to­cassem na cara, para não estragar o trans­plante, e está sempre a ver se tem verme­lhidões. Faz parte do agradecimento. Acha que tem de viver pelas duas. Deve-lhe isso, a assim como à equipa médica, que se tornou a sua segunda família (e eu entrevistei os 45 envolvidos, além de lsabelle, durante quatro meses). Ela vê a dadora um pouco como sua irmã. Desenvolveu laços muito fortes com ela, porque acha que viveram coisas muito semelhantes.

Que laços tem com a família da dadora?
Nenhuns. A lei francesa proíbe os transplantados de entrarem em contacto com a família dos dadores, e eles também não a procuraram.

Ela diz que pode falar, sorrir, comer. Só não consegue dar um beijo…
Osa médicos tinham avisado que não sabiam se ela conseguiria articular de novo o músculo orbicular, o do contorno da boca, que permite aos recém nascidos mamar. Ainda não readquiriu totalmente, mas faz muitos exercícios. Daí que a equipa médica espere esse beijo com muita emoção. Só então se apropriará totalmente do rosto do outro. Será a apoteose do transplante. É uma bela história porque, para ser bem sucedida, terá de acabar como um conto de fadas.

Você já conheceu outros tranbplantados, como um que recebeu as mãos. Que semelhanças há com este caso?

Isabelle recusa a comparação. Diz que quem não gosta das mãos pode escondê-las no bolso, mas a cara não. Achei, no entanto, algumas semelhanças entre todos, como o o reconhecimento pelo dador e pela família. Mas como os órgãos visíveis desenvolve-se uma espécie de fantasma, de medos, de estranheza e há o olhar dos outros. É curioso que os doentes vivem melhor do que os outros, que pensam sempre «bem, as mãos não são dele».

Como a mudou a operação?
Para ela, o transplante foi uma espécie de viagem iniciática. É outra Isabelle, não por ter outro rosto, mas por sentir que é útil. Apesar dos exames dolorosos que faz, dá-lhe certo orgulho saber que fez avançar a ciência e pode ajudar outros. Voltou a ter grande alegria de viver.

Já mudou a foto no B.I.?

Não. Isso assusta-a um pouco. Se mudar a foto, terá definitivamente partido. Gostava do rosto anterior, apesar de também gostar deste. Tem muito poucas fotos antigas, mas não sente necessidade de as ver. Está muito serena em relação a isso.

Ela foi atacada pela cadela. Porque comprou outro cão?
Ficou tristíssima quando soube que tinham abatido a cadela. Sabe que ela não lhe queria fazer mal. Mordeu-a a tentar salvá-la, pois estava inanimada. Depois, quando voltou, sentiu necessidade de uma presença animal. Chamou ao cão Anjo e diz que foi o único ser que a tomou por uma pessoa normal quando estava desfigurada.

in revista Visão, nº 763, 18 de Outubro de 2007

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A falta de objectividade jornalística

Certo dia, um Lisboeta decide ir ao Porto visitar a sua família. Como era a primeira vez que vinha a esta maravilhosa cidade, decidiu dar uma volta para a conhecer melhor. A certa altura, no coração da cidade, vê um menino a ser atacado por um Dobberman. Seguindo o seu instinto, corre para junto do incidente e atira-se para cima do Cão. Depois de luta intensa e desesperada o corajoso homem consegue agarrar o pescoço do cão e sufoca-o até à morte.
Exausto, o valente homem vê aproximar-se outro homem, que corria na sua direcção. Chegado a sua beira ele diz:
- O Senhor é espantoso, corajoso, incrível. Eu sou jornalista e amanhã na primeira página do meu jornal estará a seguinte Manchete:
"CORAJOSO PORTUENSE SALVA CRIANÇA DE MORTE CERTA."
Ao que o lisboeta respondeu:
- Muito Obrigado, mas há um equívoco, é que eu não sou do Porto, mas sim de Lisboa, vim visitar uns familiares e blá, blá, blá...
No dia seguinte, a primeira página do jornal era:
"MOURO MATA SEM PIEDADE CÃO DE FAMÍLIA."



Breve comentário:


Esta breve "estória" ilustra na perfeição e caricaturalmente a falta de profissionalismo de um jornalista que, ao invés de se limitar a narrar os factos, constrói ardilosamente um título, que apesar de real, condiciona, deliberadamente, a opinião dos leitores. Ao dar conta que o homem que salvou a criança não era portuense, transformou o cão em vítima. Apesar de este texto ser exagerado, é um facto que os jornalistas às vezes tendem para o sensacionalismo e para a parcialidade.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A minha força de viver!, Susana Lima Pereira

«Ao redigir este livro, a principal finalidade que pensei para ele foi que pudesse assistir, de algum modo, a quem se encontre numa situação semelhante, numa aparente estrada sem saída. Encontrando aqui relatos simples e, por vezes, pueris, mas relatos verdadeiros e sinceros que lhe dessem linhas orientadoras e, sobretudo, esperança para lutar contra a adversidade, seja contra a Leucemia, seja contra quaisquer outras doenças incapacitantes. »
Susana Lima Pereira
Sabias que a Susana é aluna na nossa escola (12B)?
A Bruna Barbosa levou hoje o livro da Susana. O livro vai circular por alguns leitores curiosos e depois vamos convidar a Susana a vir conversar connosco...
Será que ela aceita o desafio?

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

"O senhor Jacobini", por Sara


O senhor Jacobini tinha uma necessidade urgente de saber a temperatura de tudo. Quando ia ao café media, com um termómetro, a temperatura do mesmo. O gelados tinham sempre de ter a temperatura certa: nem is, nem menos.

Na rua, perguntava às pessoas quanto graus estavam e niguém lhe respondia.

Em casa, estava sempre a confirmar a temperatura.

Para ele era mais importante medir a temperatura, do que medir o tempo.


Sara

O senhor Gustavo, por Joana, Rute, Xana e Bruna Barbosa


O senhor Gustavo adorava música, mas tinha medo de morrer intoxicado com música pimba, por isso, sempre que estava sujeito esse tipo de música, suspendia a respiração até ficar roxo.

O senhor Gustavo gostava de encontar um música que, quando a inspirasse, o inspirasse. Nesse sentido, tentava frequentar os espaços onde pudesse ouvir músicas mais inovadoras.

As pessoas que o rodeavam estranhavam que ele estivesse constantenente a farejar. Qando encontrava uma música realmente inspiradora, fartava-se de espirrar: era alérgico. Nas farmácias não havia remédio para o caso dele, a soluçao era não respirar aquela música e tentar só ouvi-la.


Joana, Rute, Xana e Bruna Barbosa

"A música" de Gonçalo M. Tavares

(Sea Organ, Croácia. Se quiseres ouvir clica aqui)




A MÚSICA


A questão que preocupava naquele momento o senhor Juarroz era esta: se a música é, no fundo, ar a um determinado ritm, e se a expiração humana é constítuida pela expiração - que expulsa ar - e pela inspiração que engole ar - será que ele - o senhor Juarroz, estaria naqueles instantes a inspirar aquela música terrível que uma banda ingénua tocava?

O senhor Juarroz não era químico, não conhecia com profundidade a composição do venenoso monóxido de carbono, no entanto, só por curiosidade, consultou o programa do espectáculo para confirmar o nome da música escutada com grande sofrimento.

Porém, o nome de monóxido de carbono não constava. Além de tocarem mal, pensou o senhor Juarroz, enganam-se no nome das substâncias.

Ao veneno chamam sinfonia.



in Tavares, Gonçalo M., O Senhor Juarroz, Ed. Caminho, 2004


O senhor André, por Bruna Martins e Liliana Patrícia


O senhor André só lia livros que, em vez de se abrirem, fechavam. Era por este motivo que não lia. Para ele isto constituía um grave problema, porque assim só podia ler placards, letreiros e legendas.

Um dia, o senhor André teve uma ideia; resolveu começar a escrever os seus próprios livros. Só que quando os acabava de escrever, já não os podia ler mais.


Bruna Martins e Liliana Patrícia

O senhor João, por Andreia Patrícia


O senhor João, quando ia às compras, ficava tão maravilhado com os cheiros fantásticos dos diversos produtos expostos, que tinha necessidade de meter o nariz em tudo. A sua perdição eram, contudo, as calças.

Os empregados das lojas já o conheciam e, mal chegava um novo modelo, avisavm-no logo. O senhor João ficava logo bem disposto e procurava sentir o cheiro dos novos modelos.

No fim, o senhor João saía satisfeito: fazia compras olfactivas.

O senhor António, por Carla e Ana


O senhor António, quando ia às compras, gostava sempre de provar alguma coisa. Tinha a necessidade de provar tudo, para ver se era bom. Provava tudo: chocolates, batatas, salsichas, livros, perfumes e até sapatos.

O senhor António é um maníaco das compras gustativas, pois prova tudo, mas não compra nada.


Carla Machado e Ana

"O cinema" de Gonçalo M. Tavares



O cinema


O senhor Juarroz, quando ia às compras, ficava tão maravilhado com as formas e cores dos dirsos produtos colocados nas prateleiras que chegava ao fim com o cesto vazio.
Na verdade o senhor Juarroz ia às compras, não para comprar, mas para ver.
Não ia fazer compras materiais, mas sim compras visuaiscomo já o conheciam, os empregados do supermercado, vendo-o a entrar, por vezes diziam:
- Senhor Juarroz, olhe que chegaram uns produtos novos. Estão na última prateleira daquele corredor.
E o senhor Juarroz, agradecendo a indicação, ansioso, lá acelerava o passo na direcçãondicada.
in Tavares, Gonçalo M., O Senhor Juarroz, Ed. Caminho, 2004

"A Chávena e a mão" de Gonçalo M. Tavares


A partir de algumas microrrativas da série O bairro, de Gonçalo M. Tavares, da qual fazem parte personagens desconcertantes como O Senhor Valéry, O Senhor Henri, O Senhor Juarroz, O Senhor Calvino, O Senhor Kraus e O Senhor Walser construímos os nossos próprios "senhores".

A Chávena e a mão


O senhor Juarroz hesitava em pegar na sua chávena de café porque não conseguia deixar de pensar que não são as mãos que pegam nos objectos, mas sim os objectos que pegam nas mãos. E tal repugnava-o, pois não aceitava que uma simples chávena lhe agarrasse a mão (como o noivo impetuoso agarra nos dedos tímidos da noiva).
Por isso o senhor Juarroz em vez de agarrar na chávena ficava longos minutos a olhar para ela, de modo agressivo.
Mais tarde queixava-se do café frio.


in Tavares, Gonçalo M., O Senhor Juarroz, Ed. Caminho, 2004

domingo, 30 de setembro de 2007

O Caso Esmeralda

(Esmeralda com os pais afectivos. Sargento livre (Foto Paulo Cunha/Lusa)

Na aula de Língua Portuguesa, analisámos o tratamento noticioso que foi dado ao caso Esmeralda, nomeadamente aqui, aqui e aqui. Depois de analisarmos a mesma notícia - a entrega de Esmeralda ao pai biológico - vimos de que forma é que os jornais diários abordaram condicionam (ou procuram) condicionar o entendimento da mesma notícia. Num segundo momento, foi feito um debate sobre este caso. Grande parte dos alunos não concordou com a decisão do tribunal, defendendo que a menina devia ficar com os pais "afectivos", um aluno defendeu a entrega da Esmeralda ao pai biológico. Todos foram unânimes na defesa do direito de quer os pais afectivos, quer os biológicos continuarem a ter contacto com a menina.
Todos lamentamos a morosidade da justiça e concluímos que, neste caso, não há boas decisões:há decisões menos más.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A Pirata


Logo no primeiro dia de aulas começamos a ler A Pirata, A história aventurosa de Mary Read de Luísa Costa Gomes. Ainda estamos a começar a leitura e já se adivinha uma grande história.

Deste lado da Escola...

Olá! Este é o blogue do 8ºF da Escola do Cerco. Neste espaço vamos espelhar o trabalho e os projectos por nós desenvolvidos ao longo do ano. Não somos novatos nestas andanças dos blogues, no ano lectivo passado já tivemos esta enriquecedora experiência: que podem ver aqui e aqui.
O nome do blogue surguiu de uma forma natural, pois apesar de continuarmos na mesma escola, mudamos de escola. Confuso? Nem por isso. No final do ano passado, a EB2,3 do Cerco e a Escola Secundária tornaram-se uma só, por isso, nós ex-alunos da Eb2,3 tivemos de vir para a "Escola de Cima". Hoje, enquanto procurávamos um nome para o blogue,a Carla Silva disse : «deste lado da escola»... E assim naturalmente surgiu o nome. Vamos dar notícias em breve.
O 8ºF