quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma chuvada na Careca, de Alexandre Honrado, por Bruna Martins


Trata-se de uma história sobre a adolescência. Os amigos são simpáticos, a escola tanbém, a família, àn excepção do pai, é bastante boa. Pena é que o pai fosse tão violento com ela.
Aconselho este livro, pois aprende-se muito com esta história.

Uma Chuvada na Careca de Alexandre Honrado

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Aquário, de João Pedro Mésseder


O Aquário

Hoje ouvimos ler O Aquário. A princípio, achamos estranho, dado que é uma obra proposta para o terceiro ano de escolaridade, mas rapidamente percebemos que um livro pode ter mais do que uma leitura e que os alunos do ensino pré-escolar farão uma leitura mais literal do que nós. As nossas “competências de leitura” já nos permitem ir mais longe e ler outras camadas do texto. Cada leitor associa a sua “leitura” às suas próprias vivências e a outras leituras, por isso é natural que nós, como já lemos mais, associemos este texto a mais coisas.

Num primeiro momento, detivemo-nos sobre o humor “escondido” no texto e no paratexto de O Aquário. No texto, destacamos “a sua voz sumida de peixe”. Esta expressão é muito engraçada, pois apesar de desde o início da história estarmos cientes de que estamos em presença de uma fábula, não deixa de ser curioso tentar imaginar a voz de um peixe.
Nas ilustrações, o cómico é-nos sugerido pelos braços, garfos que os peixes usam, bem como pelos óculos do peixe negro. Trata-se de uma antropomorfização ( os animais adquirem aspectos humanos).
Também constatamos que a ilustração, apesar de agradar aos mais novos, tem características que lhe permitem agradar a várias faixas etárias.

Depois disto avançamos para outro tipo de leitura. Estivemos a analisar as relações que se estabelecem entre o peixinho vermelho e os outros peixes e percebemos que o aquário não é mais do que uma metáfora.
Quanto ao peixinho vermelho procuramos substituir a característica mais visível dele (a cor), por outra característica que o distinguisse aos olhos dos outros (imaginamos um “peixinho” cigano, homossexual, Jeová, negro, portador de deficiência motora, gótico, punk, hippie ). Sobre esta nossa experiência teremos novidades em breve…

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Etiqueta de Joana Lucas












Lavagem à mão (temperatura máxima de 30º)
A Joana é uma pessoa sensível por isso não se pode passar a ferro.
Em caso algum se deve colocar na máquina.
Para secar, deve ser exposta ao Sol.
Atenção à exposição solar. Em determinados períodos do dia deve colocar-se protector solar.

Etiqueta da Carla por Andreia Patrícia


Matéria de espécie humana que se deve tratar com muito carinho. Deve ser lavado a uma temperatura morna e colocá-la a secar ao sol. Na lavagem não se deve usar lixívia. Depois deste processo de limpeza estar concluído, deve ser alimentada de acordo com a roda dos alimentos. Para funcionar na perfeição deve dar muitos beijinhos. Não carregar no botão "play" pois, apesar de ser carinhosa, pode ser prejudicial aos ouvidos. Os botões de controlo estão situados na orelha.

Etiquetas, Carla Sofia Machado



Lavar à mão, com água morna.


Não secar na máquina.

Não passar a ferro.


Não branquear com lixívia.
Usar gel de banho, de preferência  Nivea.Não limpar a seco.
Cuidado a vestir.
Pentear sempre os cabelos.

Modo de Usar, Liliana


Modo de usar:
Ao adquirir este elemento humano, tornar-se-á proprietário de um modelo com características únicas, que deve ser tratada com a máxima delicadeza possível. Este modelo é impermeável, mas não deve ser lavado à máquina. Use água morna nas lavagens normais e em caso de nódoas ou sujidade esfregar com sabão azul. Em caso algum passe a ferro, pois o risco de queimaduras é elevado. Os elementos pilosos que estão a decorar a cabeça devem ser lavados com produto próprio. Evitar a lixívia. Pode usar-se o secador. O cabelo deve ser escovado com regularidade. Liga-se com um bom pequeno-almoço. Desliga-se às 22:00 horas.

Manutenção:
Alimenta-se de acordo com a pirâmide dos alimentos. O uso de produtos tóxicos provura cáries, obesidade e gases. Depois de ingerir alimentos deve esfregar bem os dentes com uma escova própria. Não introduzir muitos alimentos gordurosos no elemento humano. Tratar com carinho.

domingo, 4 de novembro de 2007

Estamos a ler...



Parabéns, Caloira, de Anabela Mimoso
Crime no Expresso do tempo ,de Luísa Ducla Soares
O livro que falava com o vento e outros contos, de J. Jorge letria
O 13º Andar, uma história de fantasmas, de Sid Fleileichman
Operação Marmelada, de Manuela Ribeiro
Uma questão de cor ,de Ana Saldanha
Vitória, Vitória, de Clara Pinto Correia
O rapaz e o robô ,de Luísa Ducla Soares
O senhor Valéry, de Gonçalo M. Tavares
Perigo Vegetal, de Ramón Caride
Entre irmãs, Maria Teresa Gonzalez
Um cheirinho a canela, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Brasil, Brasil, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Uma chuvada na careca, de Alexandre Honrado
O Diário de Anne Frank, de Anne Frank
Os sete cães roubados, de Enyd Blyton
A minha vida não é nada disto, de Alexandre Honrado

sábado, 3 de novembro de 2007

«Inoque será você!»

(Martírio via intruso)

Estivemos a ler A PALAVRA MÁGICA de Vergílio Ferreira.


«Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono de umas leiras herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar bem depressa o dinheiro das rendas. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de justiça — mesmo da velha —, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. Pregavam-lhe que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada, livros ou cadernos ao filho, que andava na instrução primária. As moedas rolavam-lhe para dentro da algibeira e com o mesmo impulso fatal rolavam para fora, deixando-lhe, no sítio, a paz.
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da loja. Fora o caso que ao falar-lhe, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou cair que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma alguma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, abertamente, com a mesma fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia, o Ramos, ferido de espora, atacou de cabeça baixa:
— Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
— Homem! — clama o Silvestre, de mão pacífica no ar. — Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
— E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada. Não tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça. Assim, também eu.
— Faço o que posso — desabafou o outro.
— E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre diabo, Silvestre. Quem é parvo é quem o ouve. Você é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros. Quem é você, Silvestre amigo? Um inócuo, no fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra “inócuo”, estranha ao seu ouvido montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem por parvo, disse:
— «inoque» será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de inócuo. Topara por acaso a palavra, num diálogo aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferros, cravada de puas. Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda quente da refrega, a comunicá-lo à freguesia:
— Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna de um homem é fraca. Que era um paz-de-alma. E um «inoque». »
(para continuar a ler A PALAVRA MÁGICA clica aqui)