
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Fernando Pessoa, 1888

homenagem a Pessoa, sem "a"
Felino que te divertes no exterior
Como se fosse no leito
Quero ter o teu viver
Porque nem sequer é viver.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
imitado de Pessoa
O aluno é um “aprendedor”
Decora tão rapidamente
A lição, que chega a aprender
Mesmo quando não quer saber.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Haikai (des)orientados (oficina de escrita)
O velho tanque
uma rã mergulha,
barulho de água.
- Seguir as regras do haiku adaptado à língua portuguesa:
- Três versos (17 sílabas métricas - 1º verso -5 sílabas; 2º verso- 7 sílabas, 3º verso - 5 sílabas)
- Não mais de duas frases.
- Sem rima.
- Tema livre.
É uma andorinha
No céu a voar sem rumo
Como a natureza.
Bruna M.
Com a primavera
Chegaram os emigrantes,
Animais sem dono.
Joana
Ar fresco de primavera
Chamando as folhas.
Miguel
Crescem nenúfares no lago,
No meu coração.
Bruno
Por mais que caminhe,
O dia inteiro não basta.
Carla
Abandonando-se ao vento
As tardes de Outono.
Mimi
Queimando o meu coração.
Voar para longe.
Sandra
Estou sozinho, nem a
Lua me acompanha.
André
Que não tenha muitas ondas
Para eu ser feliz.
Andreia Patrícia
O céu azul
Como o brilho dos teus olhos
Que me faz vibrar.
Carla
Que abandona o seu lar
Triste e sozinha.
Sara e Bruna B.
O velho sábio
Ouvindo suaves ondas
Entre muitos sons.
Pedro
quinta-feira, 5 de junho de 2008
imitado de Vasco Graça Moura
imitado de Vasco Graça Moura, a partir de "Soneto do Soneto":
Um verso tem este monóstico.
Pouco lírico , mas bem característico.
Três versos tem este terceto.
Este é seu mísero esqueleto
Que nem é branco, nem é preto.
Que de popular não tem nada.
A rima terá de ser emparelhada
e interpolada, porque não conseguimos a cruzada!
Só um deles é solteiro,
Sendo aqui um espécie de ilha.
De resto, é uma maravilha
De versos terminados em “ilha”.
Soneto do Soneto, de Vasco Graça Moura
Catorze versos tem este soneto
De dez sílabas cada, na contagem
Métrica portuguesa; de passagem,
O esquema abba dá esqueleto.
Podia ser abab, mas meto
Aqui baab destartem preto
No branco, instabilizo, a sua imagem.
Teria, isabelino, uma terceira
Quadra cddc e ee final,
Em vez de dois tercetos, com quilate
Porém o engendrei continental,
Que em duplo cde tem seu remate.